Você quer o que deseja?
A psicanálise é uma das grandes experiências culturais do nosso século. E, nos ultimos anos, evidenciou-se que não podemos reduzir seu papel à relação de consultório com um analista. Muito temos a dizer, além da clínica. Por isso, alguns psicanalistas têm tratado de falar à sociedade e sobre a sociedade, através da mídia, como o faço aqui.
Jorge Jorbes, Psicanalista paulista lançou há algum tempo um livro intitulado “Você quer o que deseja?” que nos trás um ganho, mesmo para aqueles que nunca passaram pelo divã. Ele lança uma questão que fica: como podemos aprimorar a qualidade de nossas ações e escolhas e também conhecendo melhor nós mesmos e ao mundo?
Na verdade, ele não vem explicar, pois nosso mundo está em constante mudança e é uma ilusão tentar decifrá-lo pensando que poderemos ter um pouquinho mais de paz. Esse é o erro dos que vendem respostas prontas que só adiam e agravam angústia, cada vez mais escondida dentro de nós. O que devemos fazer é outra coisa: melhorar a qualidade da dúvida. Isto significa que não é responder definitivamente às
perguntas, mas aprender a vivê-las melhor. É conviver com as mudanças que ela propõe em nossas vidas.
Desejar para Lacan – psicanalista francês – é sempre desejar outra coisa, a ponto de podermos agradecer a quem não nos dá o que foi pedido, mantendo assim o desejo. O fato de sermos separados do corpo de nossa mãe depois do nascimento, desmamados, e mais tarde entendermos que entre nós e nossa mãe existe um pai e outros
interesses pelos quais ela desvia o seu olhar, e pelos quais perdemos nossa exclusividade, ou pelo menos a ilusão de sermos tudo para ela, condiciona a nostalgia pela perda. Perda essa que deixa um vazio e, jamais seremos completos, plenos, satisfeitos. E assim, podemos dizer que não há decisão que não seja arriscada e que não induza à perda. O mal chamado estresse nada mais é que a conseqüência do medo de decidir, que provoca o empaturramento das opções.
E porque estou falando disso tudo? Na verdade é para dizer que muitos de nós estamos sempre imaginando que nossas relações serão como contos de fadas contados na infância: ...e viveram felizes para sempre! Os contos têm a função de ajudar as crianças a lidar com seus medos, inseguranças, perigos da vida, rejeição, ciúme, abandono afetivo, e muitas outras dificuldades. Sua funcionalidade é dar apoio às
fantasias dos heróis e heroínas vencendo suas dificuldades. Se não deu certo, é porque ainda não acabou.
A fantasia do casal ideal, nem sempre é a mais tranqüila. Muitas dificuldades existem na vida a dois e que, para ser duradoura passa por inúmeras superações, vence crises, exige sacrifícios, obriga o exercício da humildade, do perdão, e só à custa de um desejo muito decidido é capaz de atravessar os tempos. E muitos casais conseguem essa proeza, por entenderem que lidar com as frustrações é uma parceria vantajosa e que o amor é capaz de sobreviver: fraterno, amigo e inimigo, ou tudo isso ao mesmo tempo. São os amores imperfeitos os únicos possíveis.
E por isso, estejamos mais dispostos a conviver com nossas dúvidas e suportá-las, pois não temos respostas prontas, mas podemos inventá-las.
Jorge Jorbes, Psicanalista paulista lançou há algum tempo um livro intitulado “Você quer o que deseja?” que nos trás um ganho, mesmo para aqueles que nunca passaram pelo divã. Ele lança uma questão que fica: como podemos aprimorar a qualidade de nossas ações e escolhas e também conhecendo melhor nós mesmos e ao mundo?
Na verdade, ele não vem explicar, pois nosso mundo está em constante mudança e é uma ilusão tentar decifrá-lo pensando que poderemos ter um pouquinho mais de paz. Esse é o erro dos que vendem respostas prontas que só adiam e agravam angústia, cada vez mais escondida dentro de nós. O que devemos fazer é outra coisa: melhorar a qualidade da dúvida. Isto significa que não é responder definitivamente às
perguntas, mas aprender a vivê-las melhor. É conviver com as mudanças que ela propõe em nossas vidas.
Desejar para Lacan – psicanalista francês – é sempre desejar outra coisa, a ponto de podermos agradecer a quem não nos dá o que foi pedido, mantendo assim o desejo. O fato de sermos separados do corpo de nossa mãe depois do nascimento, desmamados, e mais tarde entendermos que entre nós e nossa mãe existe um pai e outros
interesses pelos quais ela desvia o seu olhar, e pelos quais perdemos nossa exclusividade, ou pelo menos a ilusão de sermos tudo para ela, condiciona a nostalgia pela perda. Perda essa que deixa um vazio e, jamais seremos completos, plenos, satisfeitos. E assim, podemos dizer que não há decisão que não seja arriscada e que não induza à perda. O mal chamado estresse nada mais é que a conseqüência do medo de decidir, que provoca o empaturramento das opções.
E porque estou falando disso tudo? Na verdade é para dizer que muitos de nós estamos sempre imaginando que nossas relações serão como contos de fadas contados na infância: ...e viveram felizes para sempre! Os contos têm a função de ajudar as crianças a lidar com seus medos, inseguranças, perigos da vida, rejeição, ciúme, abandono afetivo, e muitas outras dificuldades. Sua funcionalidade é dar apoio às
fantasias dos heróis e heroínas vencendo suas dificuldades. Se não deu certo, é porque ainda não acabou.
A fantasia do casal ideal, nem sempre é a mais tranqüila. Muitas dificuldades existem na vida a dois e que, para ser duradoura passa por inúmeras superações, vence crises, exige sacrifícios, obriga o exercício da humildade, do perdão, e só à custa de um desejo muito decidido é capaz de atravessar os tempos. E muitos casais conseguem essa proeza, por entenderem que lidar com as frustrações é uma parceria vantajosa e que o amor é capaz de sobreviver: fraterno, amigo e inimigo, ou tudo isso ao mesmo tempo. São os amores imperfeitos os únicos possíveis.
E por isso, estejamos mais dispostos a conviver com nossas dúvidas e suportá-las, pois não temos respostas prontas, mas podemos inventá-las.
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