Divã

Baseada no livro de Martha Medeiros, a história que se transformou em peça de teatro, virou filme e agora ganha a telinha com as divertidas experiências de Mercedes (Lilia Cabral), uma mulher de classe média, feliz, mãe de dois filhos e apaixonada pela arte.
Depois de receber alta de Lopes e passar algum tempo afastada da terapia, Mercedes decide voltar ao divã em busca de novas respostas para seus questionamentos.
E aí, cada história mostra o universo feminino de forma descontraída e divertida, sempre às voltas com suas emblemáticas colocações psicanalíticas. Desde seu envolvimento com um homem casado, até o lado solidário é possível desenvolver e descobrir o poder da amizade. Temas sempre muito atuais que nos remete à nossa própria existência e nossos diversos questionamentos.
No episódio do dia 10 de maio, Mercedes lida com o tema da internet e se arrisca às novas experiências. E assim, através de sites de relacionamentos, salas de bate papo vai conhecendo pessoas que o mundo virtual lhe apresenta mas que na realidade é bem diferente daquilo que imaginamos.... é nossa busca incessante para preencher o vazio que nos é nato. Essa tarefa não é muito fácil, diria até árdua, quase impossível. E fazemos isso porque desejamos ser unos, completos. Detestamos a divisão que o sujeito é em sua condição. Acreditamos que a integralidade nos livrará dos medos, raivas, ambigüidades. Impossível viver sem isso, pois somos seres humanos, errantes, sempre fazendo escolhas, implicados em ganhar e perder, sem garantias. A única certeza que temos é que vencerá a morte, mas enquanto ela não vem, vivamos, sempre enfrentando batalhas do real.
E Mercedes passa por tantas decepções que ao final do episódio em uma sala de bate papo direcionada à pessoas com afinidades em artes plásticas, conhece Danilo, com quem tem diversas fantasias e, na hora em que hesita tornar em realidade a fantasia vivida, preferiu ficar na imaginação que o virtual lhe possibilitou: a ideação do príncipe encantado. Mal sabia ela que do outro lado, Danilo – homem sensível – era na verdade seu vizinho com quem tem uma grande dificuldade de entendimento...
Mas ninguém é perfeito e Mercedes preferiu a subjetividade do inconsciente e a fantasia acompanhada do que encarar a realidade. Isso não é ruim. Sonhos, devaneios, anseios, são importantes para direcionar nossos passos, em busca de nossos ideais.
Queremos um parceiro ideal, uma aparência ideal, tudo plantado em nossa educação a serviço da cultura e do capitalismo com a exigência de um consumidor compulsivo e exigente, poderoso e também endividado, pois a máxima é: viva agora e pague depois! E nessa mesma premissa, os relacionamentos também se vão... São uniões instáveis, durando o tempo de uma ilusão. E quando a realidade mostra suas dificuldades, fraquezas e imperfeições, o amor termina, não suporta tamanha realidade. Adeus e, final feliz!
É importante que tenhamos autonomia sobre nossas vidas. A responsabilidade nos faz ter humildade para assumir nossas quedas, nossos erros, nossas dificuldades... e, nada melhor do que o Divã pra nos ajudar a entender um pouco mais sobre isso!

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