O Complexo de Édipo (Parte 2: na Neurose e na Perversão)


Apesar da demora, hoje voltamos a falar sobre o Complexo de Édipo na neurose e na perversão.
A neurose é sempre identificada como resultado de um recalque patológico, enquanto a perversão como o resultado da falta de recalque, ou seja, a perversão seria fruto da falta de elaboração das pulsões parciais.
Antes de aprofundarmos é bem importante falarmos de estruturas, pois a noção é unívoca se definindo como um conjunto de elementos que se constituem na relação, que são rigorosamente interdependentes e que se regem por certas leis de composição interna. O complexo de Édipo é uma intersubjetiva que iremos tratar um pouco mais, onde os termos edipianos são os seguintes: não há valores ou lugares vagos. Um personagem é definido em função de outro. O pai é tal em função do filho. Para Lacan, o Complexo de Édipo é uma estrutura que produz efeitos de representação nos personagens de uma determinada organização familiar.
Na estrutura neurótica, a identificação se dá com o pai real. É o lugar onde o homem tem o falo, embora possuí-lo evidencia a separação do mesmo. O neurótico tenta dissimular a castração, acreditando ser o sujeito da lei que o assujeita, na ilusão de conservar o falo para si. Ele é aquele sujeito que aceita a existência da falta que nada pode preencher, desde que essa falta não esteja nele mesmo.
Já na estrutura perversa, a identificação é imaginária com o lugar da mãe, que é o objeto primordial. Portanto, o perverso se coloca na posição de objeto. Eles se comportam como se soubessem algo sobre a castração e, ao mesmo tempo, tentassem ignorá-la.
Como ao nascer a criança é prematura por exigências vitais, ou seja, é dependente do universo materno e, dos significantes que constituem a expressão do seu desejo, a criança se torna assujeitada à onipotência da mãe. A mãe assim, ocupa um lugar que é o do Outro. É necessário que a figura do pai se torne presentes por uma exigência do significante. E isso só é possível através da mãe. De outra forma, o pai intervém como figura estruturante, na medida em que sua palavra é significada através do discurso da mãe, enquanto instância terceira, mediadora do desejo do Outro (mãe).
Ao mesmo tempo que o perverso reconhece a diferença entre os sexos, ele recusa, que significa reconhecer a falta existente no ser humano.
A dinâmica perversa subtrai o direito ao desejo, assim, ele acaba tendo que administrar sua própria lei, imperativa de seu próprio desejo e não, do desejo do outro...

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