Ideais demais, frustrações também!

Ontem comentava do sofrimento das pessoas nos relacionamentos. É muito complicado aferirmos algo sobre como superar determinados sentimentos dolorosos quando um relacionamento acaba ou está em desgaste, mas as diferenças subjetivas são muitas e o desejo de cada um vai aparecendo e em alguns casos, a distância vai aumentando também. Quando nos apaixonamos, acreditamos ter encontrado o par perfeito. Ficamos felizes e completos, como se tivesse acabado com a nossa falta existencial – a castração (a incompletude, a solidão....). A psicanálise nos ensina que somos díspares, ou seja, não fazemos par. Nos anulamos pelo outro como se isso nos fizesse iguais, sem diferenças. Puro engano. Observo alguns casos no consultório de pessoas, após o término de um relacionamento, acreditarem que agora descobriram que amam o parceiro, que até bem pouco tempo, diziam estarem esgotadas, não quererem mais. Mas o inevitável aconteceu. Depois de tanto falar que não queria mais, que o parceiro fosse embora, um dia ele foi embora e o vazio ficou. Aí vem o sentimento de incompreensão. Daquilo que restou e daquilo que se cumpriu. Sempre digo que é bom tomarmos cuidado com o que desejamos, pois um dia ele pode se realizar. Não podemos negar que a vida a dois exija compromisso, responsabilidade, dignidade, respeito mútuo. Tudo isso, e mesmo assim estamos longe da perfeição. Concessões demais também nos anulam e faz com que perdamos de nós mesmos e de nossos parceiros. Como dosar isso, só no dia a dia e na percepção do sentimento. Problemas a vida sempre nos apresenta. Enfrentar e descobrir as saídas será sempre uma constante. O importante é não ficar esperando ideais se concretizarem, que só existem na nossa cabeça. A frustração é certa. É por isso que muitos fracassam nos assuntos da vida. Quem vive esperando demais realizar ideais, acumula frustrações.

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