Dia dos Namorados

Estou aqui mais uma vez refletindo sobre alguns conceitos que a psicanálise procura explicar e, como dizem hoje: Freud não mais explica, implica. Ao dia de hoje, dia dos namorados, a internet é bombardeada de mensagens melosas como também daqueles que estão insatisfeitos ou mesmo decepcionados e tentam a todo custo mostrar como lidam com o dia que quase se finda. Eu aqui estou ouvindo Amy Winehouse em “Love is a losing game”, que fala de um amor que é um jogo de azar, uma aposta, resignada ao destino. Lembro de há bem pouco tempo ler sobre essa causalidade. Ele pode acontecer para alguns, como também pode não acontecer. E nos dias de hoje o amor mudou muito. Os relacionamentos mudaram. Antes justificava-se o acontecido. Hoje não há justificativa para ele acontecer. “Eu estou com você e não sei o por quê”. E eu aqui tentando com meu inconsciente tecer desejos que façam sentido nesse dia em meio ao que não se tem sentido ou lógica possível de se decifrar. É preciso inventar algo e tentar me responsabilizar pelo dito já que informação não se transforma em conhecimento sem responsabilidade. Mas falar do dia dos namorados, é falar sobre o amor. E como dizia Lacan, “amar é dar o que não se tem”, que podemos traduzir como um amor reconhecido por sua falta e doá-lo ao outro, colocar no outro é dar aquilo que não se possui, que vai além, a falta. Lacan investe que o melhor caminho para o amor é a amizade, mesmo quando diz que o amor é um labirinto de mal entendidos onde a saída não existe, por isso sofremos tanto por amor, pela comunicação que é difícil de ser traduzida, entendida. Mas como disse antes, sempre buscamos aquilo que não temos, o amor é um desses desejos que queremos. Resta saber se estamos no caminho ou evitando. Como no desenho acima.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

50 tons mais escuros

Simbologia da Avó

Síndrome do Pânico e Psicanálise