O desejo do Psicanalista e seu trabalho

O desejo da Psicanálise fala mais alto. Mas como é difícil falar desse, sem retomar aos 4 anos distantes que deixei pra trás, quando criei este blog para exercitar a psicanálise pela escrita e também mostrar um pouco de minha vida e meus momentos. Nesses últimos anos, não estive longe da Psicanálise, muito pelo contrário, ela esteve em mim mais do que nunca, pois meus estudos continuaram, meus cursos e também meus congressos que não deixei de participar. O que ficou a mais foi minha dedicação nesse período, à Gestão de Saúde que exercitei tanto na Secretaria Municipal de Saúde de Ipanema, como depois e atualmente, na Secretaria Executiva do Consórcio Intermunicipal Multissetorial do Entorno do Caparaó – CIS-Caparaó, na administração de 13 municípios da região, em serviços e transporte em saúde e iluminação pública. Nesse período, como disse não deixei a Psicanálise de lado, muito pelo contrário, dediquei ao meu consultório como há muito não dedicava e foi assim que ele deu margem para que o desejo crescesse e se expandisse além da fronteira de Ipanema. Hoje também em Manhuaçu com a inciativa de dedicar à essa profissão que muito trás o prazer de pensar e compreender o funcionamento psíquico, como já dizia Freud. Relendo Juan-David Nasio, em seu livro “Como trabalha um psicanalista?”, pude perceber sua habilidade no enredo das palavras expressando com clareza alguns conceitos relevantes à técnica e prática psicanalítica, frisando o cuidado que devemos ter com a sessão analítica resumindo ao divã, a poltrona, a fala e o silêncio; caricatura esta que não deve existir, já que o analista deve conduzir e dirigir o tratamento, e, que o processo de tratamento é singular na relação analista-analisando. Não esquecendo o “sujeito suposto saber”, lugar imaginado pelo analisando para o analista que trabalha como “objeto a” e se põe em reserva. Esse manejo transferencial que será o diferencial para a condução da análise. Em relação ao conceito de cura, a psicanálise fala sobre a diminuição e também o desaparecimento do sofrimento, usando o aforisma: “eu o trato, Deus o cura”; Lacan disse: “Eu o escuto, presto-me ao jogo das forças pulsionais, a psicanálise o cura.” Completando, “Eu o escuto e a psicanálise o cura ... por acréscimo.” Enfim, Nasio dirá que a compreensão da cura não é um objetivo a atingir, pelo analista. Cabe a ele deixar seu orgulho terapêutico de lado e esperar o efeito secundário ocorrer. Essa é a continuação do meu recomeço...

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