Psicanálise e Religião


Apesar do mês de janeiro já estar quase acabando, gostaria de registrar alguns detalhes do fim de ano, que talvez salve um pouco o efeito consumismo do momento que nos trás o Natal. Momento que pouca gente parece se dar conta do ato que é o presentear e que pode também ser um gesto sublime. E isto ocorre justamente no dia em que celebramos o nascimento de Jesus. Os reis magos que levaram presentes para o menino Jesus na manjedoura ganham vida nessa época, de certa forma, na fantasia encarnada de Papai Noel. Esse gesto pode representar a celebração do milagre da vida, quando além do presente, algo mais pode surgir do ato. Principalmente quando vem de quem menos esperamos. É surpresa na certa! E isso aconteceu comigo. Por isso até resolvi partilhar com vocês leitores o presente, o livro: “Jesus, o maior Psicólogo que já existiu.” De Mark W. Baker.
Trata-se de uma abordagem original da relação entre ciência e religião, ligando os principais ensinamentos de Jesus às descobertas da psicologia. Claro que o autor tem um grande conhecimento da Bíblia e fez questão de mostrar que os princípios da psicologia, além da busca pela saúde emocional, do bem-estar e do crescimento pessoal pode ser cativante através da nossa crença religiosa ou filosofia de vida fazendo com que nós repensemos nossas atitudes e pratiquemos o perdão, a solidariedade e a lealdade, valorizando nossas vidas e nossos relacionamentos com mais amizade e amor.
O autor nos mostra que, quando Freud considerava a religião uma muleta que as pessoas usam para lidar com seus sentimentos de desamparo; acabou criando uma guerra entre a psicologia e a religião que dura até hoje. Mas o fato é que em ambos os lados o conflito existe pelo medo. O medo dificulta o entendimento das coisas. E é necessário que as pessoas parem de se sentirem ameaçadas para que consigam ouvir umas às outras e comecem a atingir um entendimento mútuo.
Jesus nos falava em parábolas que são histórias que os ajuda a compreender a realidade. Podemos extrair dela as verdades que formos capazes de entender e aplicá-las em nossas vidas. E à medida que evoluímos podemos rever as parábolas para descobrir significados que nos guiem em nossos caminhos. Quem nunca, depois de rever certo momento de suas vidas não tirou conclusões sábias a respeito de tal ato? Muitas vezes diante de sofrimentos humanos, precisamos de tempo para compreender o que se passa. O sofrimento pode nos causar dor, mas também pode nos fazer crescer. As parábolas não alteram os fatos da nossa vida, mas elas podem ajudar-nos a olhá-los de outra maneira. Era o que Jesus pretendia ao contar as parábolas.
Outra passagem é quando o autor mostra que Jesus ensinou que as crenças são modificadas pela fé e não pelos fatos. Ele não veio ao mundo para condená-lo. Ele não queria que as pessoas se sentissem mal a respeito de si mesmas; em vez disso, desejava que elas se sentissem amadas por Deus. Jesus sabia que é saudável nos sentirmos às vezes culpados para podermos reparar nossas faltas e aprender com elas, mas que a autocondenação resulta na crença de que sermos maus é um fato absoluto que não pode ser mudado. A autocondenação não é humildade, é humilhação. Jesus queria que as pessoas se livrassem da condenação e não que ficassem presas a ela.

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