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Triunfo da Religião

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Recentemente li o livro que tem como título o “Triunfo da Religião, Precedido de Discurso aos Católicos”, de Jacques Lacan que, não é fácil, pois entender Lacan também não é. Para isso, agarremos às máximas que o psicanalista vai deixando pelo caminho e tentando arrancar delas alguma dedução lógica ou conclusão que possa nos acalentar. Ao ler mais esse livrinho, fiquei curioso com o título, principalmente saindo da boca de um psicanalista como Lacan. Ele comenta que Freud nunca falou da posição do cientista, porque essa assunto era tabu para ele. E sobre o fim da religião, Lacan vai em direção contrária, prevendo um retorno religioso em nosso tempo em conexão estreita com os avanços da ciência. Lacan fala que “a religião não triunfará apenas sobre a psicanálise, triunfará sobre muitas outras coisas também. (...) O real, por pouco que a ciência aí se meta, vai se estender, e a religião terá então muito mais razões para apaziguar os corações”. Como sabemos que não há muita transparência

Nomes-do-Pai

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No livro de Jacques Lacan: "Nomes-do-pai", da Editora Jorge Zahar, presenciamos o desenvolvimento de um termo que vai de encontro com a paternidade, de pouquíssima evidência natural e mais um fato cultural. É o Nome-do-Pai que cria a função do pai. Como este não é uma figura, e sim uma função, não tem Nome próprio: Tem tantos nomes quantos suportes tem sua função. E qual é ela? A função religiosa por excelência: ligar o significante e o significado, Lei e desejo, pensamento e corpo. Unir o simbólico e o imaginário, na presença constante do real. É no Nome-do-Pai que devemos reconhecer o suporte da função simbólica que identifica sua pessoa à figura da lei. Ou seja, trata-se de uma função cujos efeitos são inconscientes. As relações que o sujeito mantém com a imagem e ações da pessoa que a encarna são indicadores para a escuta clínica. O complexo de Édipo, introduzido pela psicanálise, marca a discordância entra função simbólica da ordenação e a encarnação dessa função. O mi

Entrevista em Psicanálise

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Recentemente fui convidado a responder algumas perguntas sobre meu trabalho na região. Resolvi partilhar com vocês essa entrevista: O que faz um psicanalista? A psicanálise é um processo de terapia que busca a transformação da pessoa através da compreensão de seus problemas. Enquanto o sujeito fala tudo que vem à sua cabeça, o psicanalista através da sua escuta, interpreta e auxilia no seu autoconhecimento. Por quê do divã na análise? Ao deitar no divã, o cliente de costas para o analista, fica mais relaxado sem o contato visual, facilitando a introspecção e evitando a distração com a observação de eventuais reações que o analista tiver. Mas não é sempre que se usa o divã. É preciso cautela e cuidado. Muitas vezes, temos reações que não gostaríamos de ter. Por quê disso? São as manifestações do nosso inconsciente, como se ele tivesse nos pregando uma peça. Um exemplo clássico é a troca do nome do namorado ou marido pelo do ex-namorado. É como se fôssemos divididos em dois: uma me

O desejo do Psicanalista e seu trabalho

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O desejo da Psicanálise fala mais alto. Mas como é difícil falar desse, sem retomar aos 4 anos distantes que deixei pra trás, quando criei este blog para exercitar a psicanálise pela escrita e também mostrar um pouco de minha vida e meus momentos. Nesses últimos anos, não estive longe da Psicanálise, muito pelo contrário, ela esteve em mim mais do que nunca, pois meus estudos continuaram, meus cursos e também meus congressos que não deixei de participar. O que ficou a mais foi minha dedicação nesse período, à Gestão de Saúde que exercitei tanto na Secretaria Municipal de Saúde de Ipanema, como depois e atualmente, na Secretaria Executiva do Consórcio Intermunicipal Multissetorial do Entorno do Caparaó – CIS-Caparaó, na administração de 13 municípios da região, em serviços e transporte em saúde e iluminação pública. Nesse período, como disse não deixei a Psicanálise de lado, muito pelo contrário, dediquei ao meu consultório como há muito não dedicava e foi assim que ele deu margem par