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Mostrando postagens de 2010

Quem ama trai?

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Outro dia fui pego por uma cliente me fazendo esta seguinte pergunta à qual resolvi partilhar com vocês leitores. Em pleno século 21, podemos observar que a mulher está cada vez mais independente, mas não podemos dizer que há uma igualdade entre homens e mulheres quando o assunto é relacionamento. Vemos, que as relações amorosas enfrentam diálogos e acordos que eram “inadmissíveis” até pouco tempo atrás e hoje em dia há uma maior flexibilidade nos relacionamentos. E quanto à traição? Alguns especialistas afirmam que o problema é mais grave e também gera um maior sofrimento. Principalmente diante da modernidade – na era do consumo – é possível presenciarmos as pessoas desenvolverem um sentimento de posse, com a mentalidade do consumo, aflorando ainda mais o sentimento da pessoa traída. E não esquecemos o outro lado da moeda: pessoas que buscam relacionamentos como um fast-food, sem se prender a ninguém, numa grande relação onde os valores acabam diluídos e, o outro não tem importância n

Consumismo: a felicidade imediata e maquiada

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Depressão, pânico, ansiedade, fobia, estresse, são as formas apresentadas hoje em dia de sofrimento dos sujeitos que buscam tratamento. São denominações atuais do que Freud chamou de mal-estar na cultura e que ele afirmava que alcançar e manter a felicidade, propósito dos seres humanos, é um programa irrealizável. Isso porque a felicidade corresponderia à satisfação imediata de necessidades. A vida como nos é imposta é árdua; traz dores, desenganos, tarefas insolúveis. E para suportá-la, não podemos somente buscar os calmantes. Eles existem, nos fazem amenizar um pouco nossa miséria, mas não perduram. Em contrapartida, o mundo moderno indica que devemos ser felizes e completos. Exigindo que para isso compremos. Como se a felicidade estivesse diretamente ligada ao consumo desenfreado. Não nego que há grande satisfação quando adquirimos algo que almejamos há algum tempo. Mas se observarmos há pessoas que não se contentam com um mínimo, sempre querendo mais e mais. Compra um celular hoje

Você quer o que deseja?

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A psicanálise é uma das grandes experiências culturais do nosso século. E, nos ultimos anos, evidenciou-se que não podemos reduzir seu papel à relação de consultório com um analista. Muito temos a dizer, além da clínica. Por isso, alguns psicanalistas têm tratado de falar à sociedade e sobre a sociedade, através da mídia, como o faço aqui. Jorge Jorbes, Psicanalista paulista lançou há algum tempo um livro intitulado “Você quer o que deseja?” que nos trás um ganho, mesmo para aqueles que nunca passaram pelo divã. Ele lança uma questão que fica: como podemos aprimorar a qualidade de nossas ações e escolhas e também conhecendo melhor nós mesmos e ao mundo? Na verdade, ele não vem explicar, pois nosso mundo está em constante mudança e é uma ilusão tentar decifrá-lo pensando que poderemos ter um pouquinho mais de paz. Esse é o erro dos que vendem respostas prontas que só adiam e agravam angústia, cada vez mais escondida dentro de nós. O que devemos fazer é outra coisa: melhorar a qu
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Falar desse incômodo afeto – o ciúme, tão familiar e recorrente nos dias de hoje é importante e como dizia o filósofo Spinoza: para se transformar um afeto é preciso compreendê-lo. Alguns especialistas costumam utilizar o termo “relações tóxicas” para determinar quando se percebe que algo não está bem na relação a dois e que caminha mais para situações de desgastes e destruições. Na maioria das vezes o ciumento é aquela pessoa insegura que quer controlar tudo e sempre muito desconfiada, com medo de ser passada para trás, ser trocada por outra pessoa. É natural sentir ciúme, afinal o desejo do outro é importante para todos e faz parte da vida. Mas quando o ciúme aparece em excesso, devemos analisá-lo. A pessoa é invadida por dúvidas, tendo dificuldades de distinguir a fantasia e a realidade. Algumas vezes assume atitudes de investigação em relação à vida do outro, vasculha objetos pessoais, aparece de surpresa em lugares. E mesmo assim, suas questões não são respondidas, permanecendo a

Revista Cult » Dossiê – Perversão

Revista Cult » Dossiê – Perversão

Traição ou desejo decidido?

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Freud nos trouxe o que de melhor podemos ter hoje na vida. Muitos podem contradizer, principalmente aqueles que não sabem lidar com o inconsciente, pois o mundo freudiano não é o mundo das coisas, muito menos o mundo do ser, ele é fundamentalmente o mundo do desejo nas suas mais graciosas maneiras de existir. E, pra início de conversa, só existimos em função da falta, na experiência do desejo. Se nos falta, desejamos. Se desejamos, existimos! E só podemos desejar aquilo que não possuímos... Pena que muitos não compreendem essa premissa e se enveredam, se perdendo nessa busca, tornando o caminho mais em dor do que prazer. Nem tudo podemos conseguir e os traços obtidos desses desejos é que são o diferencial dessa busca que por nossa sorte, de existir não cessa em completar. Aproveito para comentar um assunto que muito tem deixado as pessoas com “a pulga atrás da orelha” e tem sido também assunto constante no consultório. Na novela “Passione” uma personagem tem roubado a cena: Stela Gouve

Aflições da vida

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Gostaria de dizer a você leitor algo que pudesse te ajudar e te acalmar diante das aflições da vida. Mas os livros de auto-ajuda, só ajudam, como o próprio nome diz ao próprio escritor que escreveu o livro, por isso o sufixo “auto”. Dirigindo ao próprio. Digo que as coisas na vida tem uma certa repetição. A vida insiste em repetir, principalmente diante dos acontecimentos que nos levam à busca incessante de prazer – nossos relacionamentos. E falar deles não é fácil. Falar de amor também, principalmente que amor rima com dor e não somos acostumados com a dor pelo que o amor nos faz passar. A separação, o momento do luto é algo que não podemos fugir, pois podemos sumir e alienar-se diante daquele a quem perdemos. Em muitas das nossas escolhas, e não são ao acaso, são escolhas fadadas ao fracasso e quando damos conta, estamos atolados nelas, arruinados, em pleno desespero. E quase sempre é pelo fato de nos entregarmos a uma desenfreada busca pela felicidade sem um menor controle, como se

Sobre o Narcisismo

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Para Freud não existe uma separação óbvia entre o individual e o coletivo. Para ele todas as influências recebidas pelo sujeito desde o nascimento não são só em termos de necessidades, mas também primordialmente referentes às experiências de sua formação uma série de fenômenos fundamentais ao ser. É como sua alteridade se inscrevesse em relações simbolicamente articuladas. Por isso dizer que cada “indivíduo” é como uma pequena “sociedade”. Resumindo, a estrutura pelo que passa a identificação se introduz desde a origem na vida do sujeito e tem efeitos permanentes, devido à série de acontecimentos fundamentais e constantemente renovados através das vicissitudes da existência. E é através dos conceitos de identificação e ideal da distinção vulgar entre o individual e o coletivo que fica profundamente questionada e nos abre outras vias de reflexão. O amor é uma espécie de nostalgia de um Paraíso perdido, ainda que, em rigor, aquilo ao que se aspira, esse estado perfeito que se situa em um

O amor-paixão e a felicidade

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No século XII nasce o movimento do amor cortês, que tem como conseqüência introduzir a temática do amor na relação entre o homem e a mulher. É concebido como uma paixão compartilhada dando possibilidade da existência do matrimônio por amor. Desta maneira, o amor-paixão se volta à fonte da novela contemporânea. Mas junto com o amor, também surge a sexualidade, e também os problemas, posto que a posição do homem e da mulher frente à castração é diferente, provocando muitas vezes desencontros radicais. Portanto, o amor-paixão não produz necessariamente a felicidade que as novelas românticas de amor proclamam. Neste tipo de amor se põe em jogo um mais além que sobrepassa os limites do bem-estar amoroso e empuxa ao sofrimento, ao impossível, à morte.
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Como hoje é um dia especial: Sexta-feira Santa, gostaria de comentar a data onde sempre na TV seja aberta ou paga, passam-se filmes a respeito da vida de Jesus e seu sofrimento. A análise freudiana vai buscar nas culturas primitivas a explicação para as religiões primitivas e também para as religiões monoteístas, como por exemplo, o Monoteísmo judaico e o Cristianismo. Ele utiliza o Mito da morte do Pai Primitivo para compreender a gênese da religião cristã. Ao longo da História, o Cristianismo teria deslocado a religião do Pai para o Filho. A morte sacrificial de Cristo seria uma reparação em virtude do mal praticado diante do Deus-Pai. Nesta religião, o assassinato é cometido sobre a figura do filho e não do pai. Por isso, o Cristianismo deixa de ser a religião do Pai para ser a religião do Filho. Os mitos, as histórias que circulam, são um intento de dar forma transmissível, de dar a conhecer, dados da estrutura: algo não vai bem na vida amorosa dos seres humanos. Racionalizar o pon

O Divã do Psicanalista

Este blog é uma forma de mostrar um pouco de minha vida e meu trabalho. Do ponto de vista psicanalítico, tratarei de diversos pontos que poderam de alguma forma marcar a vida de muitos.